sexta-feira, 3 de novembro de 2017

BANCOS: EXCELENTE PERFORMANCE NO BRASIL DA CRISE

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O 'ranking' acima está exposto no estudo "Desempenho dos bancos no 1º semestre de 2017" - aqui -, elaborado pelo DIEESE Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos.

O estudo destaca os 'Lucros elevados, impostos em queda e intensa reestruturação nos cinco maiores bancos no país no semestre'. Trecho do relatório:

No  primeiro  semestre  de 2017, a  despeito do adverso cenário  econômico, os cinco maiores bancos do país tiveram desempenho muito expressivo,com alta no lucro líquido, apesar de ter havido queda na intermediação financeira (as principais contas  dos  bancos) como também nos resultados operacionais,em  comparação a igual período   do ano   anterior. (…)  
 Os  bons  resultados  auferidos  pelos  cinco  maiores  bancos  se devem,  entre  outros fatos, à  elevação  das  receitas  com  tarifas  e  serviços,  mas,  especialmente,  à queda nas despesas  de  captação que acompanharam o  movimento  de  redução  da  taxa  Selic.  As despesas  com impostos  (IR  e  CSLL) também  caíram, em  parte  pela  entrada  de  créditos tributários,  mas  também por  causa  da queda  dos  impostos  devidos  em  função  de resultados menores em termos operacionais e da Intermediação Financeira. 
Enquanto  os elevados resultados  dos cinco maiores  bancos  crescem a  cada trimestre,  observa-se  significativa  reestruturação no setor,  com  o  crescimento  das transações virtuais (via mobile e internet)e redução das  estruturas físicas e funcionais, com fechamento de agências e postos de trabalho. Essa situação tem sido agravada pela implementação  de planos  de  aposentadoria  incentivada  e  desligamento  voluntário pelo Banco do Brasil, pela Caixa e pelo Bradesco.
Como se vê, o estudo frisa que os cinco maiores bancos "tiveram desempenho muito expressivo, com alta no lucro líquido, apesar de ter havido queda na intermediação financeira (as principais contas dos bancos)...". Intermediação financeira é, em resumo, o fluxo de captação de recursos privados/públicos por parte dos bancos, e a destinação desses recursos a pessoas físicas e jurídicas, mediante empréstimos.

As razões apontadas no estudo, acima destacadas, não deixam de ter influenciado a performance dos bancos, mas por si sós não proporcionariam ganhos tão elevados. Qual a explicação? Simples: as chamadas Operações de Tesouraria, as aplicações, pelos bancos, dos recursos captados junto ao público não preferencialmente em empréstimos, mas na rolagem de títulos da dívida pública. Essa prática rentista não constitui novidade, mas acentuou-se a partir de 2015, conforme registrado AQUI - e passará a ser menos rentável a partir de agora, com a redução da Selic, porém ainda bastante atraente para os bancos, visto que o Brasil, mesmo com a Selic no  atual patamar, continua no topo dos maiores juros reais do mundo. A brutal crise econômica não seria, portanto, tão leonina para os bancos... embora, claro, seja utilizada para reforçar a necessidade da conversão de agências em "escritórios" (no Brasil e no exterior, a exemplo de Portugal e França) ou o simples fechamento de unidades pelo País, inclusive, e especialmente, em regiões carentes.

P.s.: O jornalista Fernando Brito informa - AQUI - que os maiores bancos brasileiros mais rentáveis estão em número igual aos do Canadá, que se tornou hoje "um dos maiores 'paraísos fiscais' do mundo". Mas o rentismo tupiniquim também vem proporcionando ganhos paradisíacos aos bancos, nobre jornalista!

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