quarta-feira, 15 de março de 2017

O QUE VEM POR AÍ


Vamos ter outro capítulo de seletividade?

Por Fernando Brito

O Globo é o primeiro a confirmar nomes dos quase 300 procedimentos – 83 pedidos de inquérito e 211 baixas a outras instâncias – propostos hoje por Rodrigo Janot ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Entre eles, claro, Lula e Dilma, sem os quais não interessaria a delação, mas com efeitos colaterais imensos.
Entre os nomes confirmados pelo jornal, os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, e os ministros  da alcova do Planalto: Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Além deles, o Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, e das Cidades, Bruno Araújo.
E Aécio Neves, e José Serra, e Romero Jucá, e Lobão e Renan Calheiros.
Nomes, a rigor, já bem sabidos que estariam ali.
O “problema” é que não há aí nem 10% dos políticos que estão embolados com caixas 1, 2, 3 e “caixinhas”.
O problema é que, se atirarem correndo para baixo a investigação de quem não tem foro privilegiado e arrastarem a passos de cágado os que estão no Governo e no Congresso, só conseguirão “bolsonarizar” mais a direita e reforçar a percepção de perseguição a Lula.
Diz a Folha que o Governo já está preocupado com isso nas manifestações coxinhas do dia 26.
Vai ser difícil recolherem todos os demônios que liberaram de sua Caixa de Pandora. (Fonte: aqui).
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Enquanto isso, reina a incerteza quanto às perspectivas Brasil, com a (bem vinda) resistência de setores do Congresso à proposta de reforma da previdência, a própria Lava Jato (mesmo 'livrando' Temer - que estaria constitucionalmente 'protegido', dada a sua condição de presidente) e o aumento de juros pelo Federal Reserve (que certamente retirará capitais ora no Brasil, bem como os que estariam prestes a vir). Sintomaticamente, o governo dá mostras de que em breve anunciará a redução, para 0,5%, da previsão do PIB 2017, que (era) de 1%.

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