quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O FUTURO FOI HOJE


DE VOLTA PARA O FUTURO

Em novembro de 1989, Marty McFly e Doc Brown chegaram ao futuro no segundo filme da trilogia De Volta para o Futuro. E o futuro, naquela época, era o dia 21 de outubro de 2015. (Aqui).
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Fábio de Oliveira Ribeiro escreveu:


O futuro chegou. As expectativas criadas no passado não se tornaram realidade.
Ainda não vi nenhum carro voador. Meninos e meninas continuam desafiando a gravidade com skates de rodinhas e se esborrachando em pisos ásperos. Os filmes 3 D existem apenas nos cinemas, mas dão uma dor de cabeça terrível. As viagens temporais continuam sendo ficção científica hoje tal como eram quando foi filmado o primeiro episódio de O Túnel do Tempo, série bem mais interessante do que Back to the Future.
O passado é logo ali. A abertura do trailer mostra uma cidade limpa, bonita e povoada por cidadãos bem vestidos e autoconfiantes. Em 21/10/2015 milhões de norte-americanos voltaram ao tempo em que eram miseráveis, tinham medo de tudo, inclusive dos russos.
Na Síria o sonho imperial norte-americano tropeçou, enfim, na realidade. Antes disto o império já tinha implodido economicamente.
A Rússia voltou a ser uma potência nuclear com capacidade militar convencional respeitável (em algumas semanas os russos destruíram o Estado Islâmico laboriosamente criado pelos EUA durante uma década). A derrotada da URSS na Guerra Fria foi abreviada pela história de um futuro imprevisto pelo governo dos EUA.
No futuro idealizado em filme Back to the Future, em 2015 os EUA continuariam sendo um país rico. Após quase uma década de crise financeira, as cidades dos EUA estão caindo aos pedaços, dezenas de milhões de cidadãos norte-americanos vivem em tendas, barracas, barracos, túneis e minas abandonadas. Aproximadamente 13 milhões de crianças norte-americanas não fazem três refeições por dia. É incerta a quantidade de norte-americanos que passam fome. Tiroteios entre civis ou entre policiais e civis ocorrem todos os dias. Os EUA estão mergulhando num abismo de sangue e violência.
Apesar da decadência evidente, a Casa Branca e o Pentágono planejam novas guerras. As que foram vencidas por Bush Jr. não resultaram em benefícios palpáveis exceto para os fabricantes de armamentos e fornecedores de bens e serviços para as Forças Armadas dos EUA. A credibilidade do governo norte-americano passou pelo fundo do poço e segue em queda livre em razão das denúncias de Julian Assange, Edward Snowden e Bradley Manning. Pilotos de drones começam a relatar os crimes de guerra que foram obrigados a cometer durante o governo Obama.
O cinema segue tão divorciado da realidade hoje quanto era no passado. Talvez seja esta a verdadeira causa da decadência dos EUA, país que se uniu aos nazistas ucranianos e segue fazendo filmes de guerra em que derrotam os nazistas alemães na II Guerra Mundial. Mas isto, meus caros, é um problema dos norte-americanos, não dos brasileiros. (Aqui).

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Mas não se pode esquecer a performance norte-americana na 'indústria do conhecimento', com destaque para os investimentos em pesquisa, item para lá de significativo. O drama reside é na tresloucada concentração de renda, com o notório 1% dando as cartas a seu total arbítrio, o que inclui a manutenção ad infinitum do status quo ou até mesmo o seu agravamento. Para dar uma ínfima ideia do grau de poder exercido pelo 1%: as doações de empresas para campanhas eleitorais, de acordo com determinação da Suprema Corte, são ilimitadas: pessoas físicas e jurídicas podem doar o quanto quiserem, quando bem entenderem e quantas vezes julgarem conveniente. É a democracia do 1%.

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