domingo, 5 de julho de 2015

O NÃO GREGO À AUSTERIDADE


"Não", com mais de 60%, caminha para vitória histórica na Grécia

Por Fernando Brito

O país ficou sitiado.
Bancos fechados, caixas  automáticos sem dinheiro, supermercados sem produtos e uma intensa campanha de ameaças e chantagens.
Ainda assim, o “não” ao ultimato da União Europeia – ou mais especificamente da Alemanha – sobre a Grécia parece caminhar para uma vitória estrondosa entre os gregos.
Muito mais do que até mesmo as pesquisas de boca de urna – mudando os resultados que previram durante a semana – haviam previsto.
Os resultados, com cerca de 22% % dos votos apurados, que reproduzo no gráfico acima e que podem ser acompanhados ao vivo neste link, são acachapantes.
A partir de amanhã, insistir com uma agenda de arrochos inaceitáveis como condição para um acordo entre os credores e a Grécia não será diferente de uma “ocupação financeira”, um ato de guerra da Europa contra os gregos.
Pior, vai despertar uma onda de oposição ao controle da União Europeia sobre as finanças e as políticas internas da Itália, Espanha e Portugal, os mais endividados, e será gasolina pura sobre o referendo no Reino Unido sobre a manutenção do país na UE.
O que estão falando os gregos é compreensível, é entendido em qualquer parte do mundo.
O poder do capital financeiro internacional, de sua mídia e dos políticos que, em relação a ele, conformam-se que sequestre o destino dos povos não pôde contra a coragem de um governo de chamar o povo a falar.
Não, isso não resolve os problemas da Grécia.
Mas abre caminho para que se busque uma solução de  mínimo equilíbrio, e não a queda, de joelhos, da soberania de um povo. (Fonte: aqui).
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A repulsa do povo grego à austeridade imposta pela UE parece encaminhar-se para a consolidação, com 22% dos votos apurados. Se restar efetivamente configurada, a repercussão geopolítica - e econômica, obviamente - será monumental. Aguardemos.

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