sexta-feira, 15 de maio de 2015

A OPERAÇÃO ZELOTES E SEUS OBSTÁCULOS

                           Frederico Paiva, procurador responsável pela condução da Operação

Operação Zelotes: Procurador diz que Justiça dificulta investigações

Do Jornal do Brasil

Procurador da República que chefia trabalhos da Operação Zelotes no âmbito do Ministério Público Federal denuncia desinteresse da Justiça para obter provas do escândalo de corrupção no Carf. Processo judicial está sob sigilo, e a operação abafa na mídia prossegue, como era mais do que previsível.
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O procurador da República Frederico Paiva, responsável pela condução da Operação Zelotes no Ministério Público Federal, afirmou, em audiência na Câmara dos Deputados, que não conseguirá reunir provas suficientes para anular a maior parte dos 74 julgamentos suspeitos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que podem ter causado prejuízo de R$ 19 bilhões aos cofres públicos.

"O Ministério Público não vai conseguir, infelizmente, alcançar 10% dos ilícitos que foram praticados no caso", desabafou Paiva. "É preciso que o Poder Judiciário entenda que provas contra a corrupção só são obtidas com medidas invasivas. É uma vara que foi criada para acelerar esses processos, e você não vê celeridade. Não se vê uma sensibilização da importância do caso", acrescentou o procurador.

Enquanto a grande mídia lança todos seus holofotes na direção da operação Lava Jato, esse outro escândalo, que envolve um desvio de mais do triplo de dinheiro público, está caindo no esquecimento.

A Operação Zelotes investiga um suposto esquema de fraude para sonegação de impostos no Carf.
Propinas seriam pagas para reduzir ou eliminar o pagamento dos tributos. A agravante é que esse dinheiro deveria ir para setores fundamentais para a povo brasileiro como saúde e educação. Grandes empresas como Ford, Santander, BankBoston estão envolvidas.

Paiva disse ainda que havia pelo menos duas organizações criminosas atuando paralelamente na manipulação de julgamentos no Carf. “Inclusive havia concorrência entre elas para ver quem iria pegar os casos de débitos de grandes empresas”, observou.

No momento o processo está sob sigilo de Justiça. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão e autor do requerimento para ouvir o procurador Frederico Paiva, afirmou que já pediu ao juiz do caso, Ricardo Leite, para ter acesso a esse processo. (Fonte: aqui).

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