quarta-feira, 6 de maio de 2015

A HOMOFOBIA NA BERLINDA


A homossexualidade na novela e a homofobia na vida real

Jornal GGN – O ator Paulo Betti se recordou em seu Facebook de um episódio no qual foi “agredido verbalmente e com muita violência” pelo escritor e colunista do jornal O Globo, Roberto DaMatta. O motivo: sua interpretação da personagem homossexual Teo Pereira, na novela Império. Em seu desabafo, Betti disse que o escritor “falou barbaridades contra personagens gays em novelas”.

Ontem (4), Ziraldo também apareceu criticando a escolha de Fernanda Montenegro de interpretar Teresa, personagem gay de Babilônia. “Fernanda Montenegro não pode fazer apologia ao afeto homossexual”, disse o desenhista.

Paulo Betti denuncia homofobia do escritor Roberto DaMatta

Do Pragmatismo Político

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Paulo Betti usou seu Facebook para disparar contra o famoso escritor e antropólogo Roberto DaMatta. O ator, que se orgulhava de não ter sido ofendido enquanto interpretava um personagem gay na novela global “Império”, acabou revelando em entrevista a uma rádio carioca que houve uma exceção. A entrevista repercutiu e o ator decidiu se pronunciar através da rede social.

De acordo com Betti, DaMatta o agrediu verbalmente e “com muita violência”, na frente da própria esposa, e falou “barbaridades” sobre personagens gays em novelas.

Betti terminou o depoimento manifestando-se contra a homofobia: “Não direi as palavras pronunciadas em respeito aos meus amigos do Facebook, mas faço esse breve depoimento em nome da verdade e do respeito que os gays merecem. Contra a homofobia e sabendo mais sobre Roberto DaMatta”.

Em resposta a uma seguidora, que saiu em defesa do sociólogo e antropólogo, o ator lançou uma pergunta: “Por que pessoas extraordinárias não podem ser preconceituosas?”.

Leia abaixo a íntegra de seu relato, publicado no Facebook:

Amigos, relutei em escrever aqui o que aconteceu comigo, mas como envolve pessoa pública, achei que seria relevante : perguntado por uma ouvinte num programa da MPB fm, se fui agredido por ter feito o personagem gay Teo Pereira, na novela Império, de Aguinaldo Silva, eu já me preparava pra responder que não, tal a quantidade de carinho que recebo pelas ruas, quando me lembrei de um fato recente e não pude mentir pra ouvinte que me perguntou e para os ouvintes e disse no ar: fui agredido sim, verbalmente e com muita violência, pelo famoso sociólogo Roberto da Mata, professor e escritor, que na frente da própria esposa, me falou barbaridades contra personagens gays em novelas, não direi as palavras pronunciadas em respeito aos meus amigos do facebook, mas faço esse breve depoimento em nome da verdade e do respeito que os gays merecem. Contra a homofobia e sabendo mais sobre Roberto da Mata. (Fonte: aqui).

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De fato, “Por que pessoas extraordinárias não podem ser preconceituosas?”. Louve-se a tática utilizada pelo ator para desarmar eventual 'espírito belicoso' da seguidora: massageou o ego do crítico DaMatta e, em decorrência, o dela.

Quanto ao cartunista Ziraldo, transcrevo parte do texto do Brasil Post, do dia 4:

"O cartunista Ziraldo, de 82 anos, criador da "Turma do Pererê" e de personagens emblemáticos como o "Menino Maluquinho", em entrevista ao jornal Hoje em Dia, de Minas Gerais, além de falar sobre seus livros e sua participação no festival literário em Poços de Caldas (MG), fez uma forte crítica à novela Babilônia e o papel da atriz Fernanda Montenegro - considerado, por muitos, revolucionário.

Ele disse: "O problema da homossexualidade é que ela está hiperdimensionada. A TV Globo acha que está fazendo um grande serviço ao ‘modus vivendi’, ao dar chance aos homossexuais de assumirem a sexualidade deles."

E continuou:
"Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Grandes fãs dela estão estarrecidos com isso. E mesmo que ela estivesse pensando em ajudar as mães dos homossexuais... Mas qual é a porcentagem de mães de homossexuais? 

E as reações nas redes sociais não foram nada favoráveis à declaração do cartunista, em sua maioria. (...). " (Para lê-las, clique aqui).

Sem dúvida, foi pertinente a indagação de Paulo Betti.

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