terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O QUE SE PASSA COM O BRASIL


A histórica e escandalosa implosão do Brasil

Por Patrick Gillespie

Na história do crescimento econômico de alguns anos atrás, o Brasil parecia ser o próximo país grande, logo depois da China. Como é que as coisas ficaram tão pessimistas, tão rapidamente?

Há cinco anos, a economia brasileira cresceu três vezes mais rápido do que a dos Estados Unidos. Em 2011 a sua dimensão econômica ultrapassou a Grã-Bretanha. Milhões de brasileiros passaram da pobreza para a classe média, e o presidente na época, Luiz Inácio Lula da Silva, alcançou um índice de aprovação de 83%.

Eike Batista, a pessoa mais rica do Brasil, disse ao "60 Minutes" que seu país estava percebendo o seu potencial.

"O Brasil tem colocado seu modo de agir em conjunto", disse Batista ao 60 Minutes em 2010. "Nós estamos entrando em uma fase de quase pleno emprego... é inacreditável."

Certamente é inacreditável
A economia do Brasil teve uma queda dramática. A nação está envolvida em um grande escândalo político, que é percebido como uma falência histórica e está sendo liderado por uma presidente impopular, Dilma Rousseff, que ainda está buscando preservar a economia do país.

"O Brasil estava em um lugar melhor, há cinco anos, e perdeu o momento para melhorar a sua economia", diz Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil no Wilson Center, em Washington, DC.

O caso de corrupção envolvendo a Petrobras e os políticos brasileiros fez o pessimismo tomar conta da economia, dizem os especialistas.

Pesquisadores brasileiros estão desvendando uma enorme lavagem de dinheiro e suborno, no caso centrado em torno da Petrobras, a empresa estatal de petróleo do Brasil. Dezenas de políticos, alguns do partido de Dilma Rousseff, são acusados ​​de aceitar milhões de reais em propinas.

A Petrobras perdeu 60% do seu valor de mercado desde setembro. Ao mesmo tempo, o índice das ações do Brasil, Bovespa, também caiu.

Os funcionários do governo que visitam Nova York na quarta-feira tentaram injetar um pouco de positividade no caos.

Joaquim Levy, o novo ministro da Fazenda do Brasil, disse que a Petrobras é uma empresa transparente.

"Estou muito confiante de que eles vão superar todos os obstáculos sobre a sua contabilidade", disse Levy.

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A despeito da conjuntura, é preciso aguardar o desenrolar dos acontecimentos. A Petrobras detém condições de dar a volta por cima. Quem conta com um parque industrial tão amplo e reservas pujantes - e provadas - como as do Pré-Sal, além de um corpo técnico de extrema competência como a Petrobras não pode fracassar em razão da ação perniciosa de funcionários (de carreira!) corruptos que se aproveitaram de uma legislação licitatória frouxa e da ausência de um 'trabalho de vigilância' à altura da dimensão e complexidade do conglomerado.

No mais, acompanho a posição do leitor Robson Lopes, que apontou como causa determinante da regressão da economia brasileira o impacto da crise financeira de 2008/9 sobre os países com que o Brasil transaciona (com exceção da China, que, mesmo assim, não mais ostenta os altíssimos índices de crescimento), bastando ver como estão até hoje as condições reinantes em grande parte dos países integrantes da União Europeia. Arremata Lopes: "O Brasil sairá dessa, mas terá de ser criativo, assim como foi o presidente Lula em 2008*; não podemos vencer uma crise econômica como essa (...) adotando modelos antigos, há de haver criatividade no modelo de gestão, na condução política e econômica para que possamos vencer essa batalha (...)".

(* = Observação deste blog: Em 2008/9, quando eclodiu a crise financeira global, todos esperavam o recuo do Brasil, caminho 'natural' seguido por governos anteriores. Os bancos privados, diante do cenário de incerteza, fecharam a torneira do crédito... Ao que o governo Lula, contrariando a ortodoxia imperante, determinou a expansão das parcerias comerciais pelos quatro cantos do mundo, a ampliação dos programas sociais e a elevação das aplicações de crédito por parte dos bancos estatais. Aí residiu basicamente a criatividade - que classifico também de ousadia - do governo Lula.
Recuperada a Petrobras, o Brasil certamente encontrará a nova receita. Torço por isso).

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