domingo, 12 de outubro de 2014

SEGUNDO TURNO: DA SÉRIE PESQUISAS EM SÉRIE


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Não é mais uma expressão metafórica.

É caso de polícia, mesmo.

Porque se trata de bandidagem.

Fazem-se pesquisas fajutas com o único fim de exibi-las na televisão e induzir os eleitores.

É o caso deste resultado  divulgado pelo Sensus, na Istoé que, realizado basicamente nas mesmas datas do Ibope e do Datafolha, que registraram um empate estatístico entre Aécio Neves e Dilma Rousseff  (51 a 49% em votos  válidos), vem agora apontar uma suposta diferença de 17 pontos em favor do mineiro.

Isso não existe em estatística. Nem mesmo em roletas, exceto as viciadas.

E a “cobertura” da espertezas se faz com o expediente, aceito pela lei, de dizer depois da pesquisa quais os municípios pesquisados.

E a “malandragem”, tal como aconteceu na pesquisa da Época, é registrar a pesquisa como se fosse de iniciativa do próprio instituto e depois oferecer, no “varejo” a um órgão de comunicação os resultados.

Foi o que aconteceu com esta e vai acontecer, se a Justiça Eleitoral nada fizer, de dois em dois dias, porque mais uma já foi  registrada, dia 10, para divulgação no dia 15.

E, no meio do caminho, outra só em Minas, que certamente vai mostrar que o derrotado Aécio agora flutua, uma semana depois, como “redentor”.

Alguém está cometendo um crime de estelionato, tentando iludir pessoas para obter vantagens eleitorais e pessoais.

A Procuradoria Geral da República e o Tribunal Regional Eleitoral estão desafiados a agir.

Ou tornarem-se cúmplices."




(De Fernando Brito, em seu blog - Tijolaço -, post intitulado "Pesquisa Sensus é um caso de polícia. É a venda de resultados 'no varejo'" - aqui.  A matéria da revista IstoÉ está aqui, e uma análise do arguto Miguel do Rosário, aqui.

Não sei se é o caso de dizer que se está a cometer um crime, o que penso é que o tema pesquisas eleitorais há muito reclama tratamento sério por parte da instância competente. Convenhamos: uma empresa contratar-se a si própria é no mínimo risível. Observe-se que no primeiro turno da campanha em curso o Sensus chegou a produzir resultado enviesado, 'heterodoxo' em relação aos demais institutos, os quais, por sua vez, também mereceram críticas contundentes - de analistas como Jânio de Freitas e Luciano Martins Costa - em razão da falta de assertividade de todos eles e até mesmo de colisão entre seus díspares 'prognósticos', deficiências que talvez expliquem o fato de Ibope e Datafolha haverem divulgado no segundo turno, em data igual, pesquisas praticamente idênticas.

Quanto aos desdobramentos das delações/confissões feitas pelos meliantes confessos Costa e Youssef, limitamo-nos a observar, uma vez mais: um magistrado, ao proferir sentença, está obrigado pela lei a, por escrito, fundamentar a decisão, louvando-se em provas; já um meliante confesso acusa a torto e a direito, e essas acusações, que a mídia converte em sentenças irrecorríveis, estão dispensadas de quaisquer provas. Verdadeiro teatro do absurdo).

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