domingo, 12 de outubro de 2014

O FUTURO DOS BANCOS PÚBLICOS, SEGUNDO FRAGA


'Ministro' de Aécio, Armínio Fraga defende redução dos bancos públicos

Em áudio divulgado pela internet, o economista, que já havia dito que a valorização do salário mínimo 'atrapalha', diz que, em sua gestão, do BNDES, Banco do Brasil e Caixa não deverá 'sobrar muito'

Do portal Rede Brasil Atual

Já 'nomeado' por antecipação ministro da Fazenda em um eventual governo de Aécio Neves (PSDB), Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, defende a redução do papel dos bancos públicos na economia brasileira. Em áudio divulgado pelo blog O Cafezinho, ele chega a dizer que não sabe bem "o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito".

No trecho da apresentação, Armínio afirma que o modelo brasileiro – formado por "três grandes bancos públicos em atuação", BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal –, "não é um modelo favorável ao crescimento, ao desenvolvimento" do país.

"Sabemos, da nossa própria história e da história universal dos bancos públicos", justifica. Em um trecho adiante, Fraga afirma "Não estou advogando aqui fechar o BNDES", ressalta. "Mas não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito."

O autor do blog, Miguel do Rosário, escreve em seu post:

"É importante destacar que Fraga mente ao falar da 'história' do crescimento. Todos os países desenvolvidos cresceram com enormes investimentos públicos. E hoje, os países que mais crescem são os que têm bancos públicos fortes, como China. E os bancos privados são justamente os principais responsáveis pelas periódicas crises financeiras que vêm drenando recursos do Estado para mãos de algumas instituições bancárias.

"A acusação de que os bancos públicos são capturados por interesses 'públicos e privados' é inconsequente, porque finge ignorar que o mesmo acontece, numa escala infinitamente superior, com os bancos privados.

Leia o post completo de Miguel do Rosário no blog O Cafezinho.

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CEF (autarquia) e Banco do Brasil (empresa de economia mista):

.Agentes estratégicos do Estado, vitais para a consecução de políticas governamentais, como aconteceu na crise financeira mundial eclodida em 2008: a banca privada, autônoma, simplesmente cruzou os braços, e coube a BNDES (mais agência de fomento do que banco tradicional, na verdade), BB e CEF manter/ampliar a concessão de crédito para as atividades produtivas e assegurar a manutenção e ampliação dos programas sociais, situação que motivou a inédita colocação dos bancos estatais no topo dos maiores aplicadores de recursos do país, superando os bancos privados (muito competentes, frise-se, em 'ganhos de tesouraria': rendimentos decorrentes da rolagem da dívida pública, ou seja, rentabilidade de primeira e risco zero). A atuação dos bancos estatais evitou que o Brasil quebrasse - como aconteceu por 3 vezes em outros tempos... -, situação dramática que vem sempre acompanhada de desemprego, desespero e, coroando tudo, a famosa austeridade, que  só maltrata o povão;

.Agentes moderadores das taxas de juros e serviços (minimizando a avidez dos bancos privados, que só devem satisfação ao Livre Mercado);

.Agentes garantidores da preservação/ampliação de programas sociais;

.Agentes financiadores das safras recordes do agronegócio e da agricultura familiar;

.Agentes responsáveis pela 'bancarização' de parcelas ponderáveis da população brasileira, inclusive e notadamente a interiorana, em cidades que para os bancos privados "inexistem". Por falar em interior e zonas inóspitas, vejamos o caso do Banco do Brasil: como o governo federal sempre detém, por lei, pelo menos 50% mais alguma coisa do capital da empresa - o que lhe garante o poder de mando -, pode orientar a ampliação da rede de agências, de modo a assegurar a sua presença em pontos do país não muito 'interessantes' para a banca privada, levando atendimento rotineiro, crédito produtivo, serviços etc. Se o poder de mando pertencesse aos acionistas particulares, como seria?

O jornalista Luis Nassif classificou de 'cabeças de planilha' os executivos que desprezam a realidade, baseando-se tão somente nos números e tendências apontados em relatórios e que-tais. Ou seja, sujeitos que têm uma 'diretriz mercadológica' pré-estabelecida e a põem em prática, pouco se lixando para as consequências. Penso que alguns desses iluminados, além de 'cabeças de planilha', poderiam merecer também o epíteto de 'espíritos de Wall Street'.

Enquanto isso, Marina Silva anuncia adesão ao programa de Aécio Neves...

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