segunda-feira, 22 de setembro de 2014

SOBRE O ESTADO ISLÂMICO


Seis fatos sobre o grupo Estado Islâmico

Por Vanessa Martina Silva

Após autoproclamar um califado no Iraque e na Síria, o EI (Estado Islâmico), anteriormente chamado EIIL (Estado Islâmico do Iraque e Levante), agora busca ampliar seus territórios e estender sua influência até a capital iraquiana Bagdá. O grupo ganhou notoriedade internacional devido à crueldade com que trata os prisioneiros e à perseguição de “infiéis”, que são crucificados, obrigados a pagar taxas e a se converter ao Islã.

No final de semana, enquanto o mundo muçulmano comemorava o fim do Ramadã, o grupo divulgou um vídeo mostrando a crueldade com que supostos soldados iraquianos são mortos pelos integrantes do EI. As imagens revelam dezenas de soldados sendo executados um a um, como relatou a agência Reuters.

Conheça seis fatos sobre o grupo, que se desvinculou da Al-Qaeda e disputa com ela a liderança na causa jihadista mundial:

1. Califado: Califa é literalmente o sucessor do profeta Maomé que deve ser reconhecido como chefe da nação e líder da “umma” (comunidade de muçulmanos de todo o mundo). A lei aplicada é a lei islâmica (sharia). O líder do califado do Estado Islâmico é Abu Bakr al-Baghdadi.

Baghdadi convocou recentemente os muçulmanos de todo o mundo a se unir à batalha e ajudar a construir um Estado islâmico no território recentemente conquistado. "Muçulmanos: corram para seu estado! Sim, é seu Estado! Pois a Síria não é para os sírios e o Iraque tampouco para os iraquianos. A terra é de Allah”, clamou.

2. Escritório para casar com terrorista: As jovens que desejam se casar com um dos insurgentes podem recorrer a uma agência de matrimônio localizada na cidade síria de Al-Bab. Os recrutadores aceitam candidatas solteiras ou viúvas entre 15 e 46 anos, como informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos na última segunda-feira (28/07). O procedimento é relativamente simples. As jovens registram seu nome e endereço no pedido e, em seguida, os combatentes as procuram para pedi-las oficialmente em casamento.

3. Excursões de lua-de-mel: Duas vezes por semana, é organizada uma excursão para casais em lua-de-mel, como informou a Reuters. O ônibus sai de Raqa, no norte da Síria, e vai até a província de al-Anbar, no oeste do Iraque. Mas, apesar do “romantismo”, os casais não podem ficar juntos. De acordo com a lei do grupo, as mulheres devem se sentar na parte traseira do veículo e seus esposos na frente, enquanto ouvem o motorista entoar cânticos jihadistas.

4. Não à mutilação genital: Na última semana, diversas agências de notícias divulgaram um suposto comunicado do grupo determinando que todas as mulheres do califado seriam circuncisadas — prática também conhecida como mutilação genital feminina — como "se fazia antigamente na cidade sagrada saudita de Medina". A notícia no entanto, foi desmentida por jornalistas. O repórter freelancer Shaista Aziz afirmou que “esta história é falsa e serve para comover a audiência ocidental”. Segundo ele, o grupo comete diversas outras “atrocidades”, mas não esta.

5. Estado petroleiro: Graças ao financiamento conseguido por meio da venda de gás roubado, o Estado Islâmico tornou-se uma das organizações terroristas mais ricas do mundo e independente do patrocínio de algum Estado. O grupo domina diversos campos de petróleo sírios e em meados de julho tomou o controle de um campo de gás de Sha'ar, a leste de Homs, na Síria. De acordo com a Reuters, o petróleo é vendido a intermediários na Síria e depois enviado para refinarias na Turquia, Irã ou Curdistão.

Além disso, para não ter que gastar com a compra de armamentos, o grupo roubou um expressivo material bélico norte-americano que anteriormente pertenceu ao Exército iraquiano.

6. Crucificação, perseguição aos cristãos e impostos: Diversos “infiéis” estão sendo condenados a penas severas, como apedrejamento, execução e até crucificação pública. Segundo o Observatório Sírio, o grupo realizou diversas crucificações de cristãos que não quiseram se converter ao islã. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a "perseguição sistemática" de minorias étnicas e religiosas em Mossul pelos jihadistas pode representar um crime contra a humanidade.

Não muçulmanos também são obrigados a pagar um imposto, conhecido como jiziya, ou entregar suas posses e deixar a cidade, o que contribui para aumentar o financiamento do grupo. (Fonte: aqui).

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Papa Francisco: Deus não pode ser usado para justificar violência. Aqui.

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