domingo, 7 de setembro de 2014

SETEMBROS ELEITORAIS, BREVE RESUMO


"Sempre em setembro, antes de eleições, o cartel de mídia "encontra" um grande escândalo ou uma grande ameaça. Vamos relembrar os últimos 12 anos.

Em 2014, para tentar atingir Dilma Rousseff, e a campanha de Marina, Estadão, Folha e Veja se saem com listas de propinas na Petrobras. Sem apresentar qualquer prova, tentarão até o dia 5 de outubro, de alguma forma, ressuscitar Aécio Neves, o candidato das corporações.

Em 07 de setembro de 2010, para tentar atingir Dilma Rousseff, Globo, Folha, Estadão e Veja lançaram, juntos, a denúncia contra a chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. Eram denúncias diárias, que se extinguiram num passe de mágica ao término da eleição. Depois de alguns meses, nada ficou provado.

Em 15 de setembro de 2006, para tentar atingir Lula, Globo, Folha, Estadão e Veja lançaram a denúncia sobre um "dossiê contra Serra" (que ficou conhecido como "Escândalo dos Aloprados"), que supostamente teria sido forjado por militantes petistas. A denúncia contou com apoio de setores da PF ligados a José Serra. Num dos fatos mais curiosos, a uma semana das eleições, o delegado Edmilson Bruno vazou foto da tal "montanha de dinheiro", devidamente maquiada pela TV Globo e repercutida pelos jornais. Nunca se provou que o dinheiro estaria ligado ao caso. Definidas as eleições, a denúncia se extinguiu.

Em 2002, para tentar evitar a vitória de Lula, Globo, Folha, Estadão e Veja reforçavam juntos o que ficou conhecido como o "Risco Lula". Que não deu em nada. Meses mais tarde, o mundo não acabou..."



(De Weden, no Jornal GGN, post intitulado "Mídia e eleições: A estratégia do 'Setembro Negro'" - aqui.

De fato, o que se está a ver se integra à rotina dos setembros eleitorais. Desta feita, porém, a dramaticidade será maior, notadamente após Dilma Rousseff haver dito, sem delongas, que num novo mandato adotará medidas contra o monopólio econômico midiático, valendo ressaltar: Dilma não aludiu a liberdade de imprensa, para ela intocável, mas a monopólio midiático. Em tal circunstância, como articular editoriais conjuntos - no caso, de toda a mídia consagrada - condenando um prometido combate ao monopólio? Eis aí um dos muitos atropelos em perspectiva. Então, diante disso...

Há quem tenha ficado comovido com o esforço de Veja em conferir credibilidade à matéria 'delatorial'. Mas a coisa, para outros, parece uma colcha de retalhos: é como se Veja tivesse recolhido coisas que ela própria e outros veículos, a exemplo de Folha e Estadão, publicaram/vinham publicando - até, em parte, as alusões a Eduardo Campos -, juntado tudo num caldeirão e temperado talvez com alguma 'informação de cocheira' oferecida por 'fonte interna ao processo', verbalmente. Ou seja, nem sequer teria havido quebra do sigilo legalmente imposto, razão, quem sabe?, de o PGR, fiscal-mor da lei, ter silenciado ante o ato da referida publicação...).

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