quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O BRASIL FRENTE AO CRASH DE 2008


O desempenho do Brasil após a crise de 2008

Por Diogo Costa

Quando se diz que o Crash de 15 de setembro de 2008 ainda não foi superado e que esta crise econômico-financeira é a maior desde o Crash de outubro de 1929, algumas pessoas zombam e fazem pouco desta informação.

O fato é que em pouco mais de um mês completaremos 06 anos do estouro desta incomensurável crise econômica mundial e os sinais da recuperação ainda são tímidos.

Tomando como base o ano de 2007 (último ano antes do estouro do Crash), os resultados das principais economias do mundo são decepcionantes e talvez até assustadores.

É dentro deste contexto que se insere o Brasil.

Vamos, portanto, analisar os dados constantes no Banco Mundial¹ e no Eurostat²:

-Crescimento Econômico Acumulado das Principais Economias do Mundo (acúmulo de seis anos, entre 2008 e 2013):

1) União Europeia: -0,94%;
2) Zona do Euro: -1,83%;
3) EUA: 5,51%;
4) Japão: 0,3%;
5) Alemanha: 4,21%;
6) França: 0,61%;
7) Reino Unido: -1,37%;
8) Itália: -8,73%;
9) Espanha: -5,73%;
10) Portugal: -6,79%;
11) Grécia: -23,65%;
12) México: 9,16%;
13) Brasil: 19,87%;
14) Rússia: 10,73%;
15) Índia: 45,57%;
16) China: 66,44%.

Entre as principais economias do mundo, apresentadas acima, o Brasil só tem performance inferior ao desempenho espetacular da Índia e da China.

O quadro mundial é preocupante, e quem ainda não entendeu o porquê do baixo crescimento econômico do Brasil atual deveria prestar mais atenção ao que está acontecendo no mundo.

Podem acreditar, o Crash de 2008 é sim a pior crise econômica da história desde o Crash de 1929. E está longe de ser superado.

O Brasil resiste bravamente, com desempenho superior ao de potências como os EUA, Japão, Alemanha, França e Reino Unido.

O quadro da Grécia infelizmente é de catástrofe econômica, sem dúvida alguma.

O Brasil cresceu mais do que o dobro do México (queridinho do mercado e dos neoliberais) neste período de crise.

Deve-se lamentar profundamente o fato de que não exista em nosso país uma imprensa séria, capaz de contextualizar os fatos econômicos que ocorrem no mundo, tampouco capaz de contextualizar a crise e os seus efeitos, diversos, em diferentes países. (...). (Para continuar, clique aqui).

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A postura da imprensa, 'seletiva', pra dizer o mínimo, não causa estranheza; afinal, a jornalista Judith Britto, ex-presidente da ANJ, declarou há algum tempo que o papel da imprensa é fazer as vezes de oposição, em vista da fragilidade da propriamente dita. Na prática, é como se houvesse uma diretriz de ordem geral vigente nas redações: É proibido noticiar a situação vexatória de países como Portugal, Espanha, Itália e que tais. Mencionar a Grécia, então, dá cadeia! É vedado oferecer aos brasileiros a chance de comparar situações.

Internamente, impõe-se ressaltar (mesmo que forçando a barra) ao menos um aspecto negativo de qualquer bom indicador. Assim, ao abordar o baixo índice de desemprego, deve-se contrapor que a renda está desvalorizada, mesmo que se tenha observado aumento real. E assim por diante.

Nota: AQUI, "Economia despensa 6,8%... no Japão!", por Altamiro Borges.

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