sexta-feira, 11 de julho de 2014

COPA 2014: ABORDAGEM ADICIONAL SOBRE A DERROTA MONUMENTAL


Desestruturação tática feita pelo técnico causou apagão emocional

Por Sérgio Medeiros

As modificações do time e a desestruturação.

À exceção de Júlio César e Fred, todo o time sofreu alterações profundas. Explico.

O que foi visto de forma flagrante:

A – a troca de posição de David Luis e a entrada de Dante.

B - A manutenção de um time ofensivo com quatro atacantes – Fred, Bernard, Oscar e Hulk – sem vocação defensiva – isto é, não marcam, cercam, e não tem noção de posicionamento defensivo, contra uma Alemanha com quatro ou cinco jogadores no meio campo.

(...)

Mais dois pontos:

C - desde o início, pode ser observado que o lateral Marcelo (posição lateral esquerda) se somava aos atacantes.

A ideia – aparentemente - era fazer Marcelo se somar a Bernard ou com quem caísse na esquerda (Oscar ou Hulk).

Para isso, (o técnico) deslocou Luiz Gustavo para cobrir o (espaço de) Marcelo e também eventualmente ir ao ataque, como em outros jogos.

D - Com isso, quem efetivamente passa a fazer o papel do primeiro homem do meio campo, à frente da zaga, é Fernandinho – na realidade trocando de posição com Luiz Gustavo.

Em outros termos, mais uma modificação (que altera duas posições), sendo que esta segunda se revelou tão desastrosa quanto a primeira.

E – O lateral Maicon era a outra novidade: ainda que tivesse jogado contra a Colômbia, não há como esquecer que era uma novidade.

Assim, na defesa, temos na realidade 04 modificações – Maicon em substituição a Daniel Alves, Dante no lugar de David Luis, David Luis no lugar de Tiago Silva e Marcelo numa função mais ofensiva.

Na primeira linha de meio campo, duas alterações: no lugar de Luiz Gustavo, Fernandinho, e no lugar de Fernandinho, Luiz Gustavo e, pior, com novas funções.

No ataque, a priori, com a entrada de Bernard, e com a “rotatividade” de Oscar, Hulk e Bernard, a única posição que não foi mexida foi a de Fred...

Falar em apagão emocional, sim, mas convenhamos, a desestruturação tática do time foi total.

Esperar que este time funcionasse coletivamente seria o mesmo que esperar um milagre... ainda mais contra uma equipe organizada e postada de forma a aproveitar a “ofensividade brasileira”.

Olhem os gols...

No primeiro gol, que teve origem num escanteio - cedido pelo lateral Marcelo ao retornar de uma suas incursões ao ataque -, numa falha absurda o zagueiro David Luiz esquece que está na posição à esquerda da zaga e vai marcar no outro lado, deixando seu setor desguarnecido. Muller apenas escora a bola para as redes... Fazia tempo que não via tamanha falha de marcação...

No segundo e terceiro gols, vê-se claramente um Fernandinho a frente da zaga, completamente perdido, e, ao mesmo tempo, um Luiz Gustavo perdido junto à lateral... Ao mesmo tempo a coordenação do miolo da zaga e Maicon na cobertura inexistem...

O quarto e quinto se originam de perda da bola na frente da zaga, fruto não só do descontrole emocional, mas também do descontrole tático: a zaga e o meio campo não sabem seu lugar ou tarefa e nesta confusão viram presas fáceis.

No segundo tempo, com as correções e a diminuição do ímpeto da Alemanha, o Brasil passou a ter chances de gol e se mostrou mais consistente; ainda assim, pressionado para buscar um resultado menos humilhante, deixou o campo aberto aos contra-ataques, uma especialidade do time alemão...

Agora a pergunta:

O que leva um técnico com muitos anos de estrada a fazer improvisações que nem um estagiário faria? Isso o Brasil não consegue entender...

Talvez um instinto messiânico... sei lá... (Fonte: aqui).

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Clique aqui para ler "Destrinchando a goleada sofrida pelo escrete canarinho".

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