sexta-feira, 11 de julho de 2014

BOM FUTEBOL E BOM JORNALISMO EM 1982 (E O QUE SE VÊ 32 ANOS DEPOIS)

Nash.

Saudades do bom futebol e do bom jornalismo

Por Ricardo Amaral

Sou de uma geração privilegiada. Tínhamos o melhor futebol do mundo, e jornais que buscavam sintonia com a alma do país, na vitória e na derrota. Hoje não temos uma coisa nem outra. Basta comparar como os jornais brasileiros se comportaram em dois momentos de dor nacional: as derrotas da Seleção na Copa de 1982 (Itália 3 X 2 Brasil) e na de 2014.

Jornalismo e sensibilidade na capa do Jornal da Tarde em 82:


Escárnio e grosseria nas capas de (ante)ontem:


Em 82, fomos consolados pela crônica de Carlos Drummond de Andrade, elevada a capa de Esportes do Jornal Brasil e ilustrada por um Chico Caruso que não existe mais. Drummond lambia paternalmente as feridas de um país atônito, e nos convocava a retomar a vida:


(Ante)Ontem, na capa do UOL, rancor e xenofobia sem sentido contra a Argentina; resumo do incontido desejo de vingança contra a realização bem-sucedida da Copa no Brasil:


Minha geração conheceu o JT, o JB e Telê. Não vou chorar. (Fonte: aqui).

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Ou seja, em 1982, todos ficaram tristes; em 2014, amplos setores da mídia ficaram felizes. Alguma estranheza? Claro que não. Mas, por mais que se tenham empenhado no sentido de evitar o transtorno, aqueles setores midiáticos amargam uma derrota brutal: o fato de que a organização da Copa 2014 foi um sucesso retumbante. 

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