terça-feira, 22 de julho de 2014

30 ANOS ATRÁS, NO APAGAR DA DITADURA...

              Vila Socó, Cubatão, fevereiro de 1984.

Incêndio na Vila Socó pode ter matado 500

Número oficial de vítimas da tragédia, ocorrida na época da ditadura militar, é de 93

Documentos inéditos revelam que uma tragédia que aconteceu há 30 anos na Baixada Santista pode ter sido a maior já causada por um incêndio no País. Na Vila Socó, em Cubatão, em vez dos 93 mortos registrados oficialmente pela ditadura militar, o número total de vítimas fatais pode chegar a 508.

O Jornal da Band teve acesso com exclusividade ao processo do caso, que foi desarquivado no fim de maio a pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Em 1984, ano da tragédia, Cubatão era uma área de segurança nacional e 6 mil pessoas moravam em palafitas construídas em um terreno perto de tubulações da Petrobrás, onde foram instalados tubos que transportam até hoje derivados de petróleo.

Naquela época, o governador André Franco Montoro classificou a tragédia como “imprevisível”. Apesar disso, o que houve foi um erro de operação e um vazamento de 700 mil litros de gasolina, sem que nenhum plano de evacuação fosse posto em prática.

Um documento assinado por cinco legistas revela que mais de 300 crianças podem ter morrido. Os peritos ainda relatam que havia 300 crianças matriculadas em escolas da região, mas que apenas 60 voltaram às aulas. A conclusão foi que grande parte dessas crianças foi reduzida a cinzas por causa da temperatura.

Ninguém foi responsabilizado criminalmente pelo desastre. O Ministério Público chegou a denunciar 24 pessoas, entre elas, o presidente da Petrobras, Shigeaki Ueki, mas a ação penal foi trancada em segunda instância.  Moradores e familiares receberam uma pequena indenização e casas em um bairro vizinho. (Fonte: aqui).

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Era assim que as coisas funcionavam no regime ditatorial. O abafamento era onipresente, e valia para tudo: tragédia, tortura, execução, corrupção etc. 
E pensar que de quando em vez aparece um saudosista desinformado (ou desonesto esclarecido) a pregar o retorno dos militares, atropelando o Estado Democrático de Direito... 

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