segunda-feira, 21 de abril de 2014

O ÍNDICE DE PROGRESSO SOCIAL


Medir o êxito de um país pelo PIB ainda faz sentido?

Da BBC Brasil

Principal indicador econômico há quase um século, seria o PIB (Produto Interno Bruto) a melhor forma de medir o êxito de um país?

Uma conhecida crítica ao PIB diz que ele "mede tudo, exceto aquilo que faz a vida valer a pena". A frase ficou famosa com a declaração de um integrante de um dos principais clãs políticos americanos, o ex-senador Bobby Kennedy, em 1968.

A ONG Social Progress Imperative, liderada pelo economista Michael Porter, da Universidade de Harvard, sugere uma revisão do índice. Não se trata de enterrar de vez o PIB, mas de complementá-lo com um índice que mede tudo, menos o rendimento econômico.Em outras palavras, o PIB - que nasceu nos anos da Grande Depressão (anos 1930) e da Segunda Guerra (1939-1945) para mensurar o tamanho e a riqueza de uma economia - está irremediavelmente viciado como uma medida do bem-estar humano. E cada vez mais ele é questionado.

"Se você eliminar os indicadores econômicos", diz Michael Green, diretor executivo do grupo, é possível "ver a relação entre o progresso econômico e social e entendê-lo muito melhor".

Medindo o progresso social
Green, que por muitos anos estudou o desenvolvimento internacional, propôs no Fórum Econômico Mundial um novo índice, juntamente como o diretor do escritório americano da revista britânica The Economist, Matthew Bishop.

O mecanismo em questão é o Índice de Progresso Social (SPI, na sigla em inglês), que começou colhendo informações de 54 diferentes indicadores de bem-estar, tais como o acesso às escolas, cuidados de saúde, um meio ambiente limpo, saneamento e nutrição.

Em termos gerais, todos giram em torno de três perguntas:

1. O país pode prover as necessidades mais básicas de seus habitantes?

2. Foram dadas as bases de sustentação para que pessoas e comunidades consigam melhorar seu bem-estar de forma sustentável?

3. Existem oportunidades para que todos os indivíduos consigam alcançar seu máximo potencial?

Não há muita surpresa no topo da lista que engloba 132 países. As primeiras dez posições são ocupadas por todos os países nórdicos, além de democracias liberais, como Nova Zelândia, Austrália e Canadá.

Em seguida, no segundo nível da tabela, estão cinco membros do G7: Alemanha, Reino Unido, Japão, Estados Unidos e França.

O ponto forte do Japão, por exemplo, está no fato de o país conseguir prover as necessidades básicas de seus cidadãos. O país, no entanto, fica abaixo da média de bem-estar e oportunidades e tem baixa pontuação no quesito tolerância e inclusão.

Já os Estados Unidos ocupam a posição 23 na categoria de provimento de necessidades básicas, más é o quinto país quando se fala em oferecer oportunidades. Apesar de ser o país que mais gasta com atenção médica no mundo, os Estados Unidos também não se saíram bem na categoria esperança de vida.

O Brasil, por sua vez, está na posição 46 entre os 132 países. Quando comparado a outros países de renda per capita semelhante (como Irã, África do Sul, Sérvia, Venezuela, Argentina, Tailândia, entre outros), o país se sai melhor em quesitos como liberdade de expressão, tolerância e acesso à saúde básica, mas vai pior nos rankings de violência, saneamento e acesso ao ensino universitário. (Para continuar, clique aqui).

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O texto acima se soma ao post "O BRASIL E O ÍNDICE DE PROGRESSO SOCIAL", aqui, publicado em 17 de abril.

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