quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

VENEZUELA

                        Adolfo Pérez Esquivel.

Nobel da Paz, Esquivel questiona "intenção de desestabilizar" Venezuela

Do OperaMundi

Em entrevista à imprensa argentina, o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel garantiu que "há uma intenção de desestabilizar não apenas a economia como também a ação social e política" na Venezuela. Ao comentar nesta segunda-feira (17/02) a série de protestos e marchas de opositores ao governo de Nicolás Maduro, o arquiteto, escritor e ativista pelos direitos humanos disse também que há uma "investida originada nos Estados Unidos".

"Tudo isso para produzir mudanças que não se fazem por meio de eleições", disse o argentino. Para Esquivel, quem move os "fios dos protestos são os EUA e seus aliados".

Esquivel pediu também maior presença do Mercosul (Mercado Comum do Sul), bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela — (em nota divulgada hoje, o Mercosul repudia a violência e "ameaças de ruptura da ordem democrática" no país). "O Mercosul tem que se fortalecer. Estão muito lentos", disse Esquivel, horas antes da publicação do comunicado do bloco.

O Nobel da Paz ainda elogiou as conquistas sociais da Venezuela, ressaltando que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconheceu o país latino-americano por ter erradicado o analfalbetismo da população.

"Fui até as zonas marginais. Ali, as pessoas não tinham água e nenhum médico se atrevia a entrar para prestar atendimentos. A Venezuela era um país que não produzia nada, era provida pelos EUA. Hoje, a Venezuela tem uma integração", disse Esquivel. (Fonte: aqui).

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Derrotando uma oposição que contava com o apoio de tio Sam (o qual, pelo que se vê aqui, persistiu), Maduro elegeu-se, em 2013, presidente da Venezuela, em eleições limpas, que contaram com dezenas de observadores estrangeiros, entre os quais o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter. O mandato presidencial venezuelano é de seis anos, e a oposição, integrada também pelas elites (que promovem ardilosa e prolongada campanha de desabastecimento), não pretende aguardar 5 anos e meses - e sem a certeza de que, então, finalmente ascenderá ao poder. Quer o poder agora, já, e que se danem os escrúpulos e o Estado Democrático de Direito. Com o que, com razão, Maduro e seus eleitores não concordam.

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