domingo, 11 de agosto de 2013

CONVERSA EN PASSANT COM O PROFESSOR HARIOVALDO


- Professor, desde logo parabéns por seu impoluto blog. Conceda-me, por gentileza, um pouco de seu tempo...

- Pois não, jovem.

- Gostaria de conhecer sua impressão sobre o seguinte: a revista IstoÉ desta semana, após três números em que o escândalo dos trens/metrô de São Paulo mereceu ampla cobertura e crítica contundente, publica, com chamada de capa, alentada matéria sob o título "E eles ainda dizem que não sabiam de nada" - aqui -, demonstrando cabalmente que as autoridades tucanas tinham pleno conhecimento dos malfeitos, ao passo que...

- Não li a reportagem, jovem, mas o farei oportunamente. Manter-se informado é salutar.

- ...sim, professor, mas, do lado oposto, a revista Veja envereda por caminho diverso. Vou até ler para o senhor, rapidamente, o que disse o blog Brasil 247: "Nunca foi tão fácil enxergar o cinismo, a desfaçatez e a hipocrisia da imprensa brasileira. Bastou que um escândalo atingisse seus aliados políticos tradicionais, para que essa postura viesse à tona. Do escândalo Siemens, emerge uma mídia que opera com dois sistemas métricos distintos: um para os amigos, outro para os adversários.
De todas as peças produzidas até agora, a mais cara de pau é o editorial de Veja, assinado por Eurípedes Alcântara. "Há indícios, mas não provas", diz o diretor de Veja. No mundo da Editora Abril, os olhos estão fechados para os emails da Siemens e da Alstom que falam em licitações combinadas e até em propinas para..."

- Perdoe-me se desafortunadamente incuto em você a impressão de acridez ou irascibilidade, mas você queria o quê?! A Veja está onde sempre esteve. Se algo há que mereça ênfase é a particularidade de que a Veja cultiva, com denodo, o sentimento da lealdade. Você pode imaginar o significado dessa postura? Quantos há, neste conturbado mundo, que deixam os amigos feridos na beira do caminho? Lealdade, meu jovem, lealdade!

- ...

- Uma última observação: notei que você está um tanto alquebrado, raquítico; dedique-se à prática de exercícios físicos. Eu já tomei a decisão: inspirado na matéria de capa da Veja, aderi entusiasticamente à busca da revolução muscular!

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