quarta-feira, 13 de junho de 2012

CRITÉRIO BIG STICK DE AFERIÇÃO DE REGIMES

Classificação segundo The Economist. Em azul escuro, as democracia plenas. Em azul claro, as democracias imperfeitas, o grupo do Brasil. Em bege, os regimes híbridos. Em marrom, os governos autoritários. Sobre a classificação segundo Tio Sam... 

Onde há democracia no mundo?

Por Emir Sader

No auge da guerra fria, os EUA impunham intervenções militares onde consideravam que a “democracia” estava em perigo. Tinham primeiro que caracterizar o governo como ditatorial ou que haveria um risco de um golpe que liquidaria a democracia. No Brasil foi assim, como as manchetes da imprensa o comprovam.

Depois da guerra fria as coisas ficaram mais complexas para os EUA. Se (eles) consideram que o selo democrático é conquistado conforme os critérios liberais - eleições periódicas, pluralidade partidária, separação dos poderes, imprensa livre (“livre” quer dizer privada) -, em vários países surgiram e se consolidaram governos que obedecem a esses critérios, mas que desenvolvem políticas que contrariam os interesses norteamericanos.

Uma nova moda surgiu com a visão de Fareed Zakaria (ex-editor do Newswek, atualmente na Time), jornalista nascido na Índia, naturalizado norte-americano, com a ideia de que há governos que cumprem com os rituais do liberalismo, mas que não seriam democráticos porque não incentivam o capitalismo, que seria o habitat natural da democracia. Entre esses governos estariam os da Venezuela, do Irä, da Bolivia, do Equador, entre outros.

Agora um outro politólogo norte-americano, William Dobson, publica um livro na busca dos “neoditadores” e a imprensa daqui, colonizada, reproduz imediatamente a lengalenga deles. Significativamente a preocupação “democrática” dele se volta justo para países cujos governos têm antagonismos com os EUA: Irä, Venezuela, Russia, China. Para ficar evidente que seu problema não é com o sistema político ou a estrutura social - democráticos ou não -, mas com as posições políticas e ideológicas desses governos.

Nem pensar em países como a Arábia Saudita, o Kuait, o Yemen, o Marrocos, o Afeganistão, o Iraque, Honduras, entre outros, que não têm nada de democráticos, nem pelos estreitos critérios liberais. Mas que são aliados incondicionais dos EUA. Não é democrático quem é nacionalista, quem desenvolve políticas internas de caráter popular, quem não se subordina aos interesses dos EUA. (Fonte: aqui).

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