terça-feira, 13 de setembro de 2011

DA SÉRIE CLÁSSICOS DE SEMPRE


BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES

“O homem fez o homem à sua imagem e semelhança. Agora o problema é seu”! Que frase boa para chamar a atenção de alguém para ver um filme. Melhor ainda quando este filme oferece em um mesmo pacote quatro fatores importantíssimos: 1) É dirigido por um visionário do gênero (Ridley Scott, que havia acabado de dirigir Alien – O 8º Passageiro); 2) Tem um ator carismático no papel principal (Harrison Ford, no auge da carreira); 3) O roteiro inspira-se em um excelente livro de ficção-científica, e 4) Um orçamento generoso (foi na época o mais caro filme produzido no gênero). Blade Runner - O Caçador de Andróides, terceiro trabalho de Scott, é baseado em Do Androids Dream of Eletric Sheep? (algo como Os Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?), de Philip K. Dick, publicado em 1968. O livro é bastante diferente do filme. Nele, a ação se passa no ano de 1992, em San Francisco, não em 2019, em Los Angeles. A Terra se recupera de uma guerra nuclear que extinguiu todos os animais do planeta. Os humanos mais ricos foram morar em colônias espaciais, os menos afortunados ficaram e vivem agora em um mundo caótico, poluído e super povoado, enfrentando constantes chuvas ácidas e uma sensação de noite eterna. Deckard é um funcionário da Polícia de San Francisco, casado com Iran e que antes da guerra tinha uma ovelha de estimação. Quando oito andróides Nexus 6 fogem para a Terra, ele é convocado para caçá-los e só aceita o trabalho por causa da recompensa. Ele planeja comprar uma ovelha elétrica. Em 1969, o estreante Martin Scorsese tentou levar a história para a tela grande, sem sucesso. Muito poderia ser escrito sobre Blade Runner. Os spinners e os diversos artefatos criados por Syd Mead, os cenários futuristas desenvolvidos por Lawrence Paull e David Snyder, a trilha sonora composta por Vangelis, a direção de Ridley Scott, o desempenho de todo o elenco, o roteiro de Hampton Fancher e David Peoples, a fotografia de Jordan Cronenweth, os efeitos especiais de Douglas Trumbull, a montagem de Terry Rawlings, a produção de Michael Deeley e todas as implicações que este trabalho conjunto gerou no entendimento dos cinéfilos ao redor do mundo. É difícil encontrar dois fãs com a mesma visão. Cada um entende o filme ao seu modo, e não adianta argumentar. Existem cinco versões do filme. 1) O primeiro corte do diretor; 2) A versão do estúdio, lançada em 1982, com a narração de Deckard; 3) A primeira versão do diretor, sem a narração e com o final diferente; 4) A segunda versão do diretor com um novo tratamento de cor e 5) A versão definitiva do diretor (que Ridley Scott jura ser a última) com um novo tratamento de cor e algumas poucas imagens adicionais. Todas essas versões fazem parte da edição especial lançada em DVD e Blu-Ray. Blade Runner é um dos filmes mais influentes das últimas décadas. Basta observar o que foi produzido a partir de 1982, não só em filme, mas também em histórias-em-quadrinhos. Alguns exemplos: RoboCop, O Cavaleiro das Trevas (HQ de Frank Miller), os dois primeiros filmes da série Batman (de Tim Burton), Chuva Negra (do próprio Scott), O Quinto Elemento, Juiz Dredd (HQ e filme), O Exterminador do Futuro, Estranhos Prazeres, O Corvo e a série Matrix. Blade Runner é um clássico genuíno que resistiu ao teste do tempo e influenciou outras obras. Além de tudo isso, é um autêntico filme de autor, cheio de pequenos detalhes que só quem o viu repetidas vezes e com bastante atenção é capaz de detectar na totalidade e sentir o que ele realmente é: uma experiência única.

BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (Blade Runner - EUA 1982). Direção: Ridley Scott. Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Brion James, Daryl Hannah, Edward James Olmos, James Hong, Joanna Cassidy, Joe Turkel, M. Emmet Walsh, Morgan Paull e William Sanderson. Duração: 117 minutos. Distribuição: Warner.

Marden Machado - in CINEMADEN.
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Simplesmente um filmaço - para ser visto várias vezes.

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