terça-feira, 12 de julho de 2011

JOSÉ DE FREITAS E A INCLUSÃO DIGITAL


Inclusão digital muda realidade de José de Freitas

Como lousas digitais e computadores foram capazes de reduzir os índices de evasão e repetência escolar na cidade de 36 mil habitantes localizada a 48 quilômetros de Teresina, no Piauí


Em José de Freitas, cidade do Piauí com pouco mais de 36 mil habitantes, a realidade de cerca de 2.000 alunos do 1º ao 5º ano primário mudou graças à tecnologia. Computadores, lousa digital e aparelhos desenvolvidos para o ensino de português e matemática atraíram a atenção dos estudantes e incentivaram professores.

O resultado foi queda nas taxas de reprovação e de evasão escolar. O Ministério da Educação lançou um desafio à Positivo Informática: implantar a tecnologia educacional desenvolvida pela empresa em um dos 1.300 municípios brasileiros com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

A escolha de José de Freitas se deu pela proximidade com uma capital fica a 48 quilômetros de Teresina e pela possibilidade de atender a todos os estudantes do 1º ao 5º ano das 11 escolas públicas do município. O projeto implantado em 2009 rendeu rápidos resultados.

Para Maria do Livramento, diretora da Escola Estadual Levy Carvalho, que não tem biblioteca nem mesmo telefone, a maior dificuldade para os professores era a falta de metodologia. A união da tecnologia com conteúdo didático e formação do professor resultou em uma aula completa, alegre e dinâmica.

A taxa de reprovação, que era de 50%, agora é quase nula, comemora. Os professores, que antes contavam apenas com lousa, giz e conteúdo didático tradicional, agora utilizam durante as aulas o portal Aprende Brasil, que oferece material didático de apoio para todas as disciplinas, além de centenas de jogos educativos, passatempos e desafios que prendem a atenção da criança e ajudam a fixar o conteúdo.
Com a finalidade de mostrar que a tecnologia pode contribuir, e muito, para formação educacional, o projeto trouxe avanço na alfabetização dos estudantes. Muitos alunos não sabiam ler, somente desenhavam as letras, diz Regina Silva, diretora de projetos educacionais da Positivo Informática.

Processo de transição
A professora do 1º ano da escola estadual Engenheiro Vicente Batista, Regina Lima, confessa que, à primeira vista, tanta tecnologia assustou. "Nunca tive contato com computador ou lousa digital. Fiquei apreensiva. Mas depois do treinamento percebi o quanto as soluções me ajudariam nas aulas." Os educadores tiveram cerca de 500 horas de treinamento e podem contar com um monitor, que fica à disposição nas escolas, para qualquer dúvida.

Os alunos têm acesso ao laboratório no mínimo três vezes por semana, em aulas de 50 minutos. Com certeza as novas atividades melhoraram o desempenho; percebo maior rapidez de raciocínio devido à prática de aprendizado paralelo ao conteúdo ministrado , diz a professora Regina. Ela acrescenta que, agora, a única dificuldade é tirar os alunos do laboratório após o término das aulas.

Mudança de didática
O modelo de ensino tradicional, no giz e livro, é pouco eficiente para algumas partes do currículo educacional. Isso acontece principalmente nas primeiras séries, cuja introdução básica do português e matemática exige muita repetição de informação, o que pode entediar o aluno , afirma Edgard Cornachione, pesquisador na área de tecnologias instrucionais.

Francisco da Rocha, de 9 anos, cursa a 4ª série e afirma que as aulas são mais atrativas, pois a turma não fica mais o dia inteiro dentro da mesma sala. Agora vamos para o laboratório, as aulas ficaram mais legais e mais cheias, meus amigos quase não faltam, conta o garoto.

Segundo teorias educacionais, as crianças aprendem por tentativa e erro. Para o professor Cornachione, os alunos que são instruídos com o auxílio de programas de computador, por exemplo, têm menos medo de errar, pois o processo é mais dinâmico.

As novas gerações podem utilizar instrumentos de simulação que permitem o erro sem consequências. Camila Lima dos Santos, de 10 anos, nunca tinha visto um computador.

Ela conta que as aulas ficaram mais divertidas e os conteúdos mais fáceis de aprender. Agora, a gente fica com mais vontade de ir à escola. O que mais gosto é o jogo de tabuada, pois minha matéria preferida é matemática, diz a menina. Quero me formar em Medicina para salvar a vida de outras pessoas, sonha. (
Fonte: Brasil Econômico/IQE Instituto Qualidade no Ensino).

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Iniciativa bem interessante. Melhores resultados poderão ser alcançados quando as escolas contarem com bibliotecas. A Escola Estadual Levy Carvalho, citada no texto, "não tem biblioteca nem mesmo telefone". Outras certamente apresentam tais carências. 

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