terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O FUTURO SEGUNDO A FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

(Desenho de Mariana Massarani).
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"Nos próximos cinco anos, o Brasil deve reduzir o número de miseráveis pela metade e aumentar em 50% as classes A e B. A projeção é de Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Conforme sua estimativa, no início de 2015, os pobres serão apenas 8% dos brasileiros, caindo para quase um quarto da proporção que vigorava em 1993, de 35%. Em pouco mais de duas décadas (1993-2005), um contingente de 51,6 milhões de brasileiros muito pobres, numa população de 147 milhões, será reduzido para 16,1 milhões, em 222 milhões - ou seja, uma queda de quase 70% em termos absolutos, mesmo levando-se em conta o aumento populacional.(...)

Neri diz que aquele é um cenário "auspicioso", ou de "otimismo condicionado à manutenção das políticas razoáveis aplicadas entre 2003 e 2008". Mas não julga a projeção nem um pouco improvável. Na verdade, baseia-se na hipótese de que a fase que ele chama de "era de ouro" dos avanços sociais no Brasil, de 2003 a 2008 (ou de 2001 a 2008, quando se toma a desigualdade) prolongue-se por mais cinco anos, depois de um momento de estagnação em 2009, em função da crise global. Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros ascenderam às classes A, B e C, e 19,3 milhões saíram da pobreza, provocando uma redução de 43% na proporção de pobres. O consumo popular cresceu e fortaleceu o mercado interno (e eu acrescento: ajudando o Brasil a fazer frente à crise global.(...)" (Fonte: Estadão).

Em suma: a Fundação Getúlio Vargas vê o Brasil num cenário auspicioso quanto à redução da miséria - mas condiciona a antevisão à MANUTENÇÃO DAS POLÍTICAS RAZOÁVEIS aplicadas: elevação do salário-mínimo em níveis superiores aos da inflação, demais programas sociais, com destaque para o Bolsa Família... É, há grande possibilidade de tais políticas prosperarem "no porvir" do Brasil, para desespero de analistas-julgados-os-tais, inconsoláveis face ao 'inchaço' da classe média e ao fracasso de seu ofício de torcer contra o país. Ficamos assim: as ações sociais se sucedendo, os neoliberais as desmerecendo, e vida que segue.

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