sábado, 18 de outubro de 2008

PARAÍSOS FISCAIS SÃO BURACOS NEGROS


Em meio a terremotos, raios e trovoadas, os donos do mundo tentam dar a volta por cima, mas a fogueira a cada dia se expande e as labaredas sobem: o estrago causado pela ganância e cupidez dos operadores do pós-moderno Livre Mercado não está no gibi (nem nos gibis dos anos trinta do século passado, da Grande Depressão).

Para que ocorra a volta por cima, porém, é preciso que se reforme o Sistema Financeiro Internacional. É aí que Alemanha e França se juntam para defender a reavaliação da existência dos paraísos fiscais (ou zonas offshore).

Esses paraísos são, na prática, os maiores parceiros dos corruptos, lavadores de dinheiro, traficantes de drogas, enfim, escroques de toda ordem: garantem sigilo bancário absoluto (para os titulares das contas) e anonimato na composição de empresas (ou seja, o corrupto se associa a outro corrupto e criam uma empresa; a grana fica em nome da empresa e os corruptos ficam "na moita"). Há pequenas variações nos "critérios", mas o espírito da coisa é esse aí. A lei brasileira considera paraíso fiscal também o país ou território que tributa a renda com alíquota inferior a 20%.

Entre os quase sessenta paraísos fiscais do mundo figuram países de "aqui pertinho" (como Uruguai e Panamá) e ilhas paradisíacas (Cayman, Aruba, Bermudas, até a Tonga-da-milonga-do-kabuletê-do-poetinha-Vinícius), mas quem "carrega a bandeira", na frente do pelotão, é a Suíça.

O primeiro-ministro francês François Fillon, ao defender a extinção dos paraísos fiscais, acusou-os de serem "buracos negros" - o que me fez desencavar o desenho acima, dos anos oitenta, em que associo buracos negros a corrupção. O desenho não é lá essas coisas, já a idéia defendida pelo ministro é de primeira.

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